Conter protestos sem inflamá-los é desafio para Brasil, diz 'NYT'
Com as atenções voltadas para a abertura da Copa do Mundo, a ação da
polícia contra os protestos em São Paulo também foi - ao lado do desempenho da
seleção brasileiro em seu jogo de estreia - alvo de críticas pela imprensa
internacional.
O diário americano New York Times afirma que, após o uso
excessivo de força dos agentes para impedir que manifestantes chegassem perto
do Itaquerão, a ação da polícia estará "sob escrutínio".
Segundo o jornal, a revolta pela violência da polícia para reprimir os
protestos de junho de 2013 acabou servindo de catalisador para as demonstrações
em massa que se seguiram.
"Com as atenções da mídia internacional voltadas para o Brasil e a
polícia sob escrutínio durante a Copa, o desafio para as autoridades será
conter os protestos sem inflamá-los", avalia o NY Times.
O jornal traz uma foto de um manifestante que, mesmo depois de
imobilizado por policiais, leva um jato de spray de pimenta no rosto.
E destaca ainda, também com imagens, que uma jornalista da rede
americana CNN ficou ferida após ser atingida por uma granada (de efeito moral)
lançada pela polícia.
Dilma
Já o jornal britânico The Guardian, que descreveu a cerimônia de
abertura como "decepcionante", destacou que enquanto manifestantes
eram combatidos nas ruas com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo, a
Fifa dizia a jornalistas dentro do estádio que principal objetivo seria o de
"promover a paz mundial".
Ainda na Grã-Bretanha, o diário financeiro Financial Times afirma
que a atmosfera de carnaval proporcionada pela vitória ofereceu pouco conforto
à presidente Dilma Rousseff, que foi vaiada ao aparecer no telão do estádio
comemorando o gol de pênalti marcado por Neymar.
O jornal diz que a presidente, que não se sentiu confiante para
discursar na abertura, está "desesperada" pelo sucesso da Copa meses
antes de disputar a reeleição em outubro.
Fonte: BBC Brasil
Category: cultura, Internacional, Militar, Política
0 comentários