Pirataria: Aceitação do caos

Bruna Mouzinho Magalhães | 13:37 | 1 comentários

Logo no início da ascensão da indústria fonográfica, os discos de vinil e mais tarde as obsoletas fitas cassetes, já eram copiados e vendidos ilegalmente, mesmo que em pequena escala. Com o desenvolvimento da informática e a criação dos famosos disquetes e compact discs (regraváveis, que futurista!), a pirataria virou um negócio rentável, tão procurados tornaram-se os CDs de dois reais.
Em 2001, US$ 13 bilhões foi o valor em impostos que custou a prática ilegal, segundo a Business Software Alliance. Após 11 anos, esses números se superam e assustam aos que vivem da arte musical e seus vastos ramos. Cerca de 42% da população brasileira usa algum tipo de produto falsificado (CDs, roupas, perfumes, etc) e com isso, 2 milhões de empregos formais deixam de ser criados; um atraso.
Em compensação, há músicos que aprovam a prática da pirataria como forma de maior divulgação de seu trabalho. Quando se compra um CD pirata, o artista não recebe o valor a que tem direito, mas ganha um ouvinte que poderá tornar-se um fã assíduo em compras de produtos originais. Há também os que evitam tal hábito, mas popularizam-se barateando seus álbuns (que, não restam dúvidas, são caros) e até mesmo disponibilizam suas músicas gratuitamente na Internet, justamente onde os piratas modernos "roubam" seus tesouros para vendê-los a preços mínimos.
Em um país onde os crimes e punições estão banalizados, deve-se combater ativamente as falsificações. Levar tais crimes à normalidade é aceitar o Brasil corrupto em que vivemos e permitir que outros delitos, mais graves, também se tornem banais e despercebidos aos olhos primeiro da população e em seguida da justiça, afirmando o caos.

Bruna Mouzinho Magalhães

Category:

Um comentário: